quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

oscilando.





Chega a ser engraçado essa coisa de viver. Há tantas e tantas mudanças. Um dia a gente pensa de um jeito, no outro, tudo muda. Tem doce que a gente gosta, gosta, mas depois abusa. Tem pessoas que a gente dá até a vida por elas e, de repente, elas já não valem tanto assim. Tem caminho que parece o certo, e depois nos damos conta que era apenas ilusão. Tem coisas que entram na moda, e que de tão feio você diz que nunca irá usar, mas sem querer, a gente usa e ainda se sente bem. Tem coisas que a gente começa acreditando que é pra sempre, mas em um piscar de olhos, o sempre se torna um simples ponto final. Tem coisa que surge e tem cara de fogo-de- palha, mas que vem pra ficar, que se transforma em chama que não apaga, que não morre, que não tem fim.
Desconheço as certezas, mesmo precisando delas. Mas hoje eu só quero sentir. Perceber que tudo em minha volta é metamorfose, até mesmo eu. E eu já não sou a mesma, mas permaneço em mim. Intacta, profunda, intensa. De forma exata não sei explicar o cenário, o texto e o elenco. Mas tem gosto, temperatura e um Tum-tum-tum diferente. Que caminho seguir, eu não sei, que decisão tomar, também não. Mas minha alma tem balança, e eu sei o que ta pesando. Um dia, ou eu saio de cima do muro ou ele desaba. Só me resta descobrir pra que lado se deve pular. As respostas vêem com o tempo, isso eu sei também. Enquanto isso, assim vou eu, oscilando, nesse vai e vem de sensações. Alcançando sonhos, tatuando alegrias no coração. Que é pra nunca mais esquecer que felicidade de verdade não é uma possibilidade. É uma certeza.
[Karine Melo]

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

presa em você.

"Sorriram um para o outro. E tudo estava certo outra vez,
e tudo tinha um gosto bom."
[Caio F.]

Doce amor, doce amor,
estou presa no seu doce amor
Eu me abri, estou certa de que posso confiar
Meu coração e eu fomos enterrados sob o pó
Me liberte, liberte a nós dois
Você é tudo o que eu preciso quando eu te abraço forte,
Eu encontrei um homem em quem confiar
E garoto, eu acredito em nós
Estou aterrorizada de saber disso pela primeira vez
Você percebe que estou presa em correntes?
Eu finalmente me encontrei
Estou presa em você. ♪

[Cristina Aguilera - Bound To You]

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

chuva.



O céu está fechado escuro me parece vai chover no meu jardim
Depois que você me deixou nunca mais choveu em mim
Como esquecer todas as noites que a gente se amava sem pensar
Não tinha luz fazia frio e a chuva nos molhava.

Chove chuva, chove vem lavar esta saudade.
Leva do meu peito as lembranças que me invadem
Chove chuva, chove vem lavar esta saudade.
Leva do meu peito as lembranças que me invadem
Por favor...

O céu está fechado escuro me parece vai chover no meu jardim
Depois que você me deixou nunca mais choveu em mim
Como esquecer todas as noites que a gente se amava sem pensar
Não tinha luz fazia frio e a chuva nos molhava.

Chove chuva, chove vem lavar esta saudade.
Leva do meu peito as lembranças que me invadem
Chove chuva, chove vem lavar esta saudade.
Leva do meu peito as lembranças que me invadem
.

[João Bosco e Vinicius - Chuva]

eu me sentia desabar




Senti a mesma euforia de antes quando vi seu nome me chamando ao telefone.
E a sua voz baixa deixava transparecer mais alto sua respiração e o efeito disso não havia mudado, nem sequer diminuido.
Eu ainda te sentia perto.
E mesmo faltando as promessas,
as vírgulas de dois apaixonados,
as palavras de gente que tem mais saudade do que novidades.
Mesmo assim, eu me sentia desabar.
E aquela mudez parecendo vazia não consolava em nada.
Sabíamos do que não precisava ser dito, do que se passava na mente com pensamentos rápidos e distintos.
Só de ouvirmos a nós mesmos, respirando.
E assim, nos perdemos das palavras.
E aquele amor que ainda me aquece por dentro,
que eu não sei o que fazer dele,
prometia ficar.
[Rízia Luiz]

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

entre um jogo e outro.




T
er você nu na cama
que deleite.
E como a gente brinca
e rola e ri
para depois sentar
nos lençóis descompostos
o corpo ainda suado
e continuando sempre
o mesmo jogo
falar a sério
de literatura.
Te beijo no cangote
e quieta penso:
um outro assim,
Senhor
que trabalho terias
pra me arrumar
se me tomasses este.
[Marina Colassanti]

o que pesa mais?




Existem coisas dentro de mim que não calam a boca. E uma delas é o tal do relacionamento. Então pensei: quem disse que ele é fácil? E quem falou que amar é fazer cara de
oba-oba-tô-feliz o tempo todo? Se você pensa assim, meu bem, não se engane. Dá uma trabalheira danada. É. Só amar não basta. Exige de você esforço, aliás, porções dobradas e multiplicadas por mil de pa-ci-ên-cia. E não é só isso, coloca aí no meio cumplicidade, compreensão, dedicação, respeito... Jogo de cintura.
Homens procuram mulheres perfeitas (e nem queira saber o que é ser perfeita para eles) e mulheres, príncipes encantados (também não procure saber). Puf! A gente vai crescendo e vai vendo as coisas de outra maneira. Tudo fica mais claro. Porque tem homem que está mais pra sapo do que pra príncipe, e perfeição é utopia. Então me dei conta que eu tenho que simplificar a vida. Não espero esse tal príncipe, sei que ele nunca vai vir, porque ele não existe. Mas quero um amor forte e real. Quero amar bem, ser bem amada. E feliz.
Lidar com os hábitos do outro, com as manias esquisitas, com aqueles defeitinhos que só nos fazem ter vontade de voar no pescoço de tanta raiva, é tarefa árdua. Vale à pena? Quando o amor é grande o suficiente para que a parte boa cubra a que não é, eu digo que vale sim. Do contrário, prefiro chutar o balde, o pau da barraca, e mandar tudo para puta-que-pariu. Desculpa, mas não vou pedir desculpa pelo que eu disse. O mundo não é só cor-de-rosa, eu sou normal e também chamo palavrão. Mas, voltando ao assunto... É questão de balança, você coloca tudo nela, analisa direito e ver o que pesa mais. E um dia toma coragem e decide.
O Desapego não é como um click. É todo um processo chato que você pensa que nunca irá conseguir. Pensa que não, mas consegue. O medo existe e se bobear, ele te paralisa. O tempo não espera a hora de você se decidir. A vida continua passando por você a cada segundo, e cada segundo de um minuto é tempo desperdiçado com o que não te faz tão bem. Você pode até se fingir de tonta, mas se a situação for essa, dentro de você há algo que te sacode, que te inquieta e não se conforma. Então eu prefiro não acomodar. A gente sabe o que sente, sabe o que quer, sabe do que precisa. E mais, sabe do que merece.
E volto a dizer, relacionamento não é moleza e pessoas são complicadas. Eu sou, você é. Sempre seremos. Mas tem gente que vale essa montanha-russa do doce e do amargo, do sorriso e do coração apertado, dos dias bons e ruins. Que vale a gente meter a cara, se despedaçar toda. Porque amar dói. Amarrota e rasga. Mas costura, remenda, se emenda. Se reconstrói. E a vida é isso, a gente cresce e cansa de esperar príncipes e deixa de querer ser princesinha. No meu castelo o encanto está no imperfeito e no real, camisa suada e final bonito. Porque apesar de, tem pessoas que valem o esforço, valem o mundo, valem tudo. Vale você.
[Karine Melo]

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

um dia de cada vez.





Vou me encantando, surpreendendo, continuo me divertindo. ‘Um dia de cada vez’ uma grande mulher me disse, sendo assim resolvi acatar.
Alguém lá em cima deve ter um grande apreço pela pequena aqui, afinal sou feita de ironia, amizades deliciosas e uma boa gelada de guerra. Sarcasmo a parte, o momento anda bom, sem mais nem menos, tudo esta em seu devido lugar, ufa. As dores cessaram, as lembranças honram seu nome, a saudade não existe mais, finalmente.
O sorriso frouxo é rotineiro, a voz é infantil, acho que tenho dom para artes cênicas. As palavras gritam incessantemente para sair, espere, não tenha pressa, cada coisa em seu devido tempo.
O tempo não me aflige mais, na real, sinto quando os minutos passam se estou em uma boa compania, e graças ao Cara, ultimamente nosso bonde é satisfatório. Nada de lamento, aqui reina a simplicidade. Um par de chinelos, uma boa música e muita diversão, sempre.
[L. Viana]