quarta-feira, 20 de abril de 2011

hoje é dia.




Hoje é dia de tirar os problemas do centro das atenções. Dia de esquecer as mágoas e todos os motivos que te deixam pra baixo. Dia de lembrar dos sonhos que ficaram para trás, dia de resgatá-los e lutar por eles com ânimo. Hoje é dia de ter certeza que temporais se vão, e que dias melhores sempre vem. Dia de se dá conta que o que fica é a experiência que nos faz entender todos os porquês que inquietam. Hoje é dia de crescer sem perder o brilho de criança que a alma tem. Dia de deixar florescer o que há de mais belo em você. Hoje é dia de sentir.
Dia de abandonar os velhos papeis, abandonar tudo que trava o riso.

Hoje é dia de passos firmes, dia de seguir em frente e não olhar para trás. É dia de olhar para o céu só para apreciar o tempo bom que faz, e aproveitá-lo. Hoje é dia de entender os sinais. Dia de decifrar as palavras, e mesmo que elas não existam, ler no rosto de quem se ama mensagens de afeto. Hoje é dia de querer bem, dia de pele, cheiro e calor. Hoje é dia de entender que felicidade de verdade não se compra e é mais possível do que a gente pensa.
Hoje é dia de abrir a cabeça para uma nova idéia e um pensamento novo. Quem sabe, pode ser ponto chave para a mudança que sua vida precisa. Hoje é dia de dizer sim ao desejo reprimido. Dia de se olhar no espelho e admirar-se, sem ser necessário que alguém te convença disso. Hoje é dia de parar de se esconder de si mesmo. Dia de se conhecer, de reconhecer o seu verdadeiro valor. Hoje é dia de se apaixonar perdidamente. Por você.
Hoje é dia de música no ultimo volume, dia de soltar o corpo e se mexer. Dia de perder o medo, vencer limites, ir além. Hoje dia de do bom-humor, de cantar, dançar. Dia de ser corajosa, confiante, decidida. Dia de querer aquilo que faz bem ao coração. Dia de buscar nas coisas mais simples o melhor sorriso. Dia de se encantar mais uma vez e cada vez mais com lado bonito dessa vida. Dia de tirar a poeira do verbo acreditar. Hoje é dia de recuperar a liberdade de ser quem você realmente é. À sua maneira. Liberdade de viver, de ser. Feliz, feliz, feliz.
[Karine Melo]

segunda-feira, 18 de abril de 2011

insaciável




Cada palavra que se esconde e se reprime, os meus olhos te revelam em segredo. Quando não digo nada, vem alguma parte de mim e te conta tudo. Adoro as palavras que te escapam, e acho gostoso o teu silêncio. Tenho prazer em decifrar tuas entrelinhas. Assim, como mania. Tenho um vício delicado e voraz de ir te descobrindo. Pouco a pouco.
Quero correr para onde haja o teu cheiro bom e o teu colo que me completa. Para onde eu possa, nesse mundo louco, me sentir confortável. As noites são pequenas para minha vontade de você. O dia fica longo para o tamanho da minha pressa.
Você me conhece por todos os lados, os meus avessos e os meus detalhes. E sabe bem o que ferve em mim. E me rende fácil, de um jeito só nosso. Fujo do controle no desespero manso dos teus braços. Insaciável.
Tenho urgência naquilo que me preenche e tenho sede daquilo que me transborda. É que a vontade em mim, que vem de ti, se renova. Se multiplica. E não tem fim. Então, se for para me pegar, que me pegue por inteira. E não solte cedo, nem tão cedo. Não solte mais.

[Karine Melo]

sábado, 9 de abril de 2011

do que desatina.




Como se não bastasse todos os desafios que a gente enfrenta no dia-a-dia, ainda temos que saber lidar com as caras-e-bocas e todas as manhas que a alma faz. A danada é cheia de gosto, se apega a detalhes e é carteirinha em fazer tempestade num copo d’água. Ela chora demais, quer demais, espera demais. Resultado? Se arrebenta demais.
Pra ela, nada é suficiente e tudo ainda é pouco. Por causa da bendita, já fiz força para ter coração de pedra e sangue frio. Nunca consegui. Por mais que eu tente fazer vista grossa e relevar algumas bobagens (?), vem àquela coisinha lá dentro incomodando, tirando do sério, até o ponto que me rendo e tudo desaba. E é sempre assim: dou asas a ela, ela toma conta, e eu explodo. Tudo em mim vira terremoto, me sacode, me revira. Me enlouquece.

Sou paciente, até onde consigo. Até onde suporta o meu limite. Muitas vezes sou calma por fora e agitada por dentro. Sou perfeccionista, sou a senhorita - melancolia. Quando algo não vai bem, choro que nem criança. Até cansar, até me esvaziar, até me achar uma tola por isso. E sempre acabo achando.
Sou um turbilhão de sensações, sinto demais. Tudo em excesso. Sou a que observa, a que calcula, a que vira do avesso, a que se enrola. A que deixa rolar. Sou dramática, sou sensível, sou intensa. Sou forte, sou mansa, sou complicada. Sou o que quero ser. Sou o que ainda não descobri. E já que sou assim, o único jeito, é ser por inteiro.

Ninguém é bonito todo tempo. Se relacionar significa também se deparar com todos os lados que a pessoa tem. Inclusive o feio. O que desaponta, o que irrita, o que enfurece. Até que ponto vale à pena? Depende. Vale até onde você quer, até onde você deixa. Até onde te faz bem. Amor que despersonaliza, não é amor. Não se traia. Seja do outro, mas antes disso, seja de você. Pense em você.

Por mais difícil que pareça, é melhor viver de emoções do que não ter nada no coração. Tem que ter sentido. Tem que pulsar. Quando a gente entende que ninguém é perfeito e que cada cabeça é um mundo oposto ao nosso, as diferenças vão se moldando e se ajustando. Tudo tem solução, uma saída, um jeito. Basta querer. E se doar, e se dispor.
Desatina, mas isso é vida. E eu recomendo.
[Karine Melo]

sexta-feira, 1 de abril de 2011

nas estrelinhas.




Me perco olhando dentro de seus olhos. Sua pupila esconde segredos que estão ocultos em minha alma.
Me mostre o que sabe, me deixe entrar pelos seus póros e sugar o que ninguém deveria entender. Eu quero estar por dentro do que não se pode ver, estar por dentro de você.
Já não sei o que procuro, mas continuo firme em minha busca. Minhas respostas foram sussurradas pelo vento, e ainda refrescam minhas entranhas.
Disfarço com ficção a autobiografia. Todos aplaudem a criatividade fingida.
O gosto amargo do desespero se instala permanentemente em minha garganta.
Há muito quero gritar o alívio de saber, e a agonia de ser única. Há tanto tenho permissão para falar apenas na escuridão, cuspindo o que se considera esquizofrenia. Todos tão sábios de si, vazios do que de fato são.
Fiz meu juramento de sangue ao tentar vender-me ao mundo. A ingenuidade permitiu que seguisse caminhos escondidos nas sombras. Sonhei o que era real, vivi quando estava dormindo. Acordei quando estrangularam minha mente numa tentativa frustrante de me fazer dormir eternamente por mim mesma.
Não confunda verdades com metáforas poéticas. Não finja que existem outras interpretações para a direção que decidi rumar. Não diga que me sufoquei alegando livre arbítrio. E não minta que nasci para seguir.
Cortei o cordão antes de aprender a dar nós.