sexta-feira, 26 de novembro de 2010

mais há quem diga.







Ainda é mistério. Mas há quem diga que ela gosta mesmo é de tempo bom, estrelas incontáveis e céu aberto. Fala quase tudo que pensa, e pensa quase tudo o que diz. Ela é muito mais do que qualquer palavra não dita. Aprecia verdades, certezas e pé no chão. Mas adora inventar novas histórias, dessas quase inconfessáveis. Ela fantasia, sonha e fantasia mais. Vive no mundo daqui e de lá.
Há quem diga que a sua personalidade é forte, que a teimosia é a sua melhor amiga, e que tédio é palavra que não combina com seu dicionário. Dizem por aí que ela tem um perfume que não se traduz, um olhar que confunde e um jeito que não se define. Parece que tem dias que ela acorda e olha pra vida como um faz-de-conta, rir que nem criança e permite ser meio tola e meio boba, só para não ter que levar tudo tão a sério. Tem coisas que ela sente por completo, vive por completo, por todos os poros, por todos os lados, que tira o fôlego, que vira explosão. Segredo. E é disso mesmo que ela gosta.
Há quem diga que ela faz tempestade num copo d’água, que é inquieta, é desassossego, e dá trabalho. É tudo, é nada, é nem aí. Ela é também o desejo de ficar à toa, de boa. Mas numa boa, ela não é só o que se vê. Ela se renova, se reinventa, não perde a essência. Faz das quedas um ponto de recomeço. Tem um passo que não desiste e uma liberdade que ninguém aprisiona. Como borboleta, ganha asas. Voa leve e solta, colorida. Livremente, cheia de vida. Pousa e repousa naquilo que tem cheirinho bom de descanso. Naquilo que faz seu coração sorrir e pedir pra ficar. Inventa e aprende um novo jeito de olhar adiante. Mais uma vez e sempre. Suspira e acredita.

[Karine Melo.]

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